domingo, 6 de julho de 2008


Uma noite, cansada de todos os clichés habituais, cansada de procurar, lidar, comer, viver o belo, ela disse: "Quero conhecer o homem mais feio da festa!"

E procurou e encontrou. E beijou-o, como se beijasse o mais bonito. E olhava-o e não o vía, tal qual olhara muitos outros, mas não os reconheceria.

Depois dessa noite, nunca mais falou com ele. Sabe quem é, apenas porque guardou fragmentos desses momentos, no canto da memória em que guarda a surrealidade da sua realidade. Apenas por isso.


(...)


Olha para a sua frente e lê o nome impresso no cartão pessoal que está posicionado em equilibrio entre o tampo da secretária e o monitor do computador. O nome. O nome. Não gosta do nome. São duas palavras que, para ela, não combinam. Nunca daria aquele nome a um filho e, certamente, usaria um tom jocozo para o dizer, caso não pertencesse àquela pessoa. Na verdade, o que importa é a pessoa, ela sabe-o. Só não sabe ainda o quanto importa neste mês de Julho de 2008, em que um ano passou sobre o que aconteceu e mil vidas se sucederam. Ela procura esse passado nos olhos cor de mar. Procura e não encontra, mesmo que agora a proximidade seja muito maior do que era há 365 dias atrás.

Procura naqueles olhos, apenas porque não encontra aquilo que queria achar em outros.


(...)


Vamos dar uma volta ao mundo? Ou vamos juntos construir uma vida melhor, a nossa vida. E dar-nos a outros que não têm ninguém.
Eu queria.



2 comentários:

Psiquiatra Angustiado disse...

Nunca pensei que tu, cara Bah, fosses capaz de beijar o homem mais feio da festa. Sempre pensei que era só de Brad Pitt para cima. Tá-se bem. Baaah!

Bah disse...

Quem diria, caro Psi, que tu que me conheces tão bem, ficasses surpreendido ahaha :P