sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Um dia acorda-se e sente-se que tudo estivera errado.

Hoje perguntei-me inúmeras vezes "porquê", porquê", "porquê". Porquê comigo e logo tão rápido. Porquê ainda este ano? Já tinha acontecido uma vez, não precisava de uma segunda investida. Juro que não precisava.

A sensação que tenho, é que estou a flutuar e a assistir a um filme do qual não faço parte, mas que me está a magoar mais do que a conta. Neste filme, sou espectadora, mas não de mim mesma. Há uma heroína que se deu quanto eu me dei e se deu tão mal quanto eu me dei. Há o rapaz que é o vilão do coração dela. Há os motivos que são sempre iguais, ainda que difiram na forma. E há a dor. Há sempre a dor.

Prometo-me que não volto a ser como sou, que tenho q fazer um corte radical nesta estranha forma de ser e estar. Que a intensidade é boa quando estamos a pintar os olhos, apenas aí. Não quero voltar a sentir nada do que senti. Nada. Nada mesmo. Se viver o resto da vida a meio gás, não me importo. Não quero mais disto que já sei de cor.

Estou sem chão.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

É normalmente por voltas das duas e meia que as dores de cabeça aparecem. Justifico-as com o aparelho que me vai dar dentes perfeitos, com os pólens que abundam neste época do ano na minha cidade, com o stress. E penso em como as tuas mãos que me curam a alma e o corpo, me fazem falta. E penso nos dias em que apertavas subtilmente entre os meus dedos, em que aplicavas os conhecimentos obtidos do outro lado do Mundo. E sinto muita falta.

Os dias em que não estás comigo, são dias vividos com menos sabor. Os dias em que não te respiro, em que não te saboreio. Os dias são menos dias, menos luminosos, menos abertos à luz.

Vem. Vem.

domingo, 19 de abril de 2009

A ti.

O meu homem é grande, grande, grande. É grande de alma, é grande de tamanho. O meu homem sabe fazer o que os homens grandes fazem e fá-lo melhor do que ninguém.

O amor nasce do aplauso e eu já fiz clap.

O meu novo meu.

Quero escrever e as palavras não saem, não saem. Respiro fundo, penso no que quero dizer, no que lá vai, no que já veio. Quero, quero mesmo muito, falar disto, escrever isto. As palavras custam a sair, não sei se aqui pertencem, não sei se aqui pertencem.

Fecho os olhos e respiro-te. Respiro-te como te respirava ontem, quando me deitava sobre a tua pele e inundava a minha alma de ti. Quero sorver cada milimetro da tua derme, quero engolir a tua alma, quero trazer-te para dentro de mim e que daqui não saias. Vem e fica. Fica como quando os teus olhos pousam em mim e não largam. Não te vires no final, porque o teu lugar é aqui. Quero-te, quero-te e já pouco sei estar, assim, longe.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

B for C

Às vezes acho que gosto de ti.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Jogo de júniores

Passa o tempo a barrar as unhas com um creme que as regenera e fortalece. Creme de supermercado que o tempo não está para extravagâncias e a gente sabe que, por vezes, os ditos são tão bons quanto os de farmácia ou de perfumaria. Passa o tempo assim. De vez em quando olha para trás e vislumbra da janela as copas de umas seis ou sete árvores e algumas paredes amarelecidas pelo tempo e pelo profundo mau gosto de quem escolheu aquela cor. Sol nunca vê. Só luminosidade, porque os raios estão confinados à parte da frente do edifício, parte essa a que ela só tem acesso de vez em quando. É assim todos os dias. Sobe as escadas de madeira envelhecida, uma a uma, sem pressa, coloca a chave na fechadura e no momento em que dá o primeiro passo para dentro da porta, só quer fugir dali, virar costas e ir correr o mundo. É isso que ela quer.

Percebeu tarde quais eram as suas maiores motivações profissionais: arte e solidariedade. Tarde porque deveria ter ganho asas mais cedo e agora está enfiada no circulo ridiculamente pegajoso dos edifícios velhos repletos de gente velha por fora, muito mais por dentro, mentes asfixiantes, pequenas. Edíficios repletos do nada que ela conhece e do qual quis fugir toda a vida. E a vida ensinou-lhe isso, que há desejos e anseios que se deve ter nos tempos certos ou então constrói-se o destino tendo por limite as escadarias que as pernas sobem diariamente, enquanto o cérebro anseia por voltar atrás e construir tudo de forma diferente.

Falta-lhe o ar. Falta-lhe o ar. Falta-lhe o ar. Está sem braços para subir, mesmo que esteja à tona, mas a tona não é suficiente. Não é. Não é a tona que ela quer e, por isso, a tona é igual ao fundo, negro, sem espaço, sem saída.

Voa.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Infância na esperança

A montanha russa volta, enche-me o corpo que delira numa vertigem descontrolada. Respiro fundo e tento acalmar os sentidos mas a cabeça não o deixa e continuo a embarcar na viagem que só terá fim quando alguém enterrar um sinal de stop sem dó. Quero, quero quase com tanta vontade quanto queria um gelado em pequenina e pedinchava: Ohhh mãe, vá lá.... Eu querooooooo... É isso, quero como se quer um capricho. Mas quero sabendo que é muito mais que um capricho, sabendo que pdoerá ser alguma coisa, nem que seja uma roda viva. Que seja o que for, será melhor do que o nada que era.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vvvvvvvvvoooouuuuuuuu

O verbo ir vai levar-me até Alcântara. Têm sido dias bons, muito bons. Dias de reconhecimento, de recuperação, dias de ganhos. Dias de luta, dias de vitória. Parabéns a mim porque consegui. Parabéns a ela, porque ajudou à execução. Portas abertas e escancaradas para novos desafios. Sou mais e serei melhor, serei a relação pública do verde com o que os olhos veem.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sol

A sensação que agora tenho, é que andei demasiados dias a rodar sobre mim mesma tipo espiral e que isso me dava a ilusão de movimento. Movimento que não levava a nenhum lado, a não ser à profundidade do buraco que a pressão e a força giratória dos meus pés faziam. Mas que isso só acontecia contigo, porque no resto, dava pulinhos ou até mesmo saltos em comprimento.
Há coisas assim, cliques que acontecem, trambolhões que repetimos de olhos vendados e orelhas tapadas. Somos como somos e devemos tentar nunca nos magoar. Somos como somos, os nossos maiores amigos, os nossos mais implacáveis inimigos. Somos como somos. Em constante mudança, alguns, eu.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Va va vum moment

Há muitos anos que não me acontecia chorar tanto num filme como na sexta feira passada, enquanto vía O Estranho caso de Benjamin Button. O meu amigo disse-me que achava que eu me ía espapaçar entre lágrimas, pipocas e garrafa de luso. A minha vizinha da cadeira ao lado estava igual a mim, agarrada ao seu mais que tudo. A verdade é que, também eu, achei que a emoção era demasiada. O peito, a certa altura, já me dóia, o rímel estava mais diluído que guache em água, a minha cabeça dividia-se entre os soluços e a falta de solução para um vexame público!!! Só rezava para que o filme amenizasse e eu me recompusesse, mas não, as cenas fortes sucediam-se e, quando eu achava que o pior tinha passado, catapum, lá vinha outro discurso daqueles que nos atingem tão certeiros quanto os sete raios que atingiram um dos personagens. Saí do cinema tristemente feliz. Feliz porque tinha acabdo de assistir a um filme que, da maneira mais simples possível, retrata uma sociedade repleta de pessoas tão insignificantes para o planeta, mas tão importantes para o seu mundo. Feliz porque tinha visto, sentido, lido, uma história de amor que é igual à minha, à tua, à de quem seja, porque o amor, quando é A-M-O-R, é vivido da mesma forma, com abnegação, entrega, lealdade. Porque vi um filme sobre algumas pessoas boas, outras menos boas, mas onde a essência simples do ser humano é encontrada em detalhes.
Porque em cada frame me afastei da realidade que tenho presenciado e me aproximei daquela que quero para mim.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Despejar sentimentos, não é coisa que eu faça impunemente.

Há gelo lá fora. Muito mais acima, no Norte, nas Terras Altas, onde os que caminham na rua são muito mais fortes do que eu. São aqueles que caminham passo a passo, sem solfagem nem ar condicionado, que calçam 3 pares de meias, 2 camisolas interiores por baixo de não sei quantas camisolas e casacos. Eu não, eu sou uma menina de Lisboa, habituada a andar com o rabo sentado no belo estofo do seu carro, habituada a camisolinhas de malha fina e calças de ganga que tão bem modelam as pernas. Camisolas interiores não sei o que são há vinte anos. São quentes, mas desadequadas. Agora compra-se aqueles "básicos" na Zara, Mango, Massimo Dutti e outros espanhóis que tais e está feito. Qual termoteb qual quê.

Há gelo lá fora. E aqui dentro também. A minha racionalidade, de vez em qdo, parece-me assemelhar-se a blocos duros, quadrados e inalteráveis. Aqueles que estão acondicionados em couvettes e têm uma função própria, diferente da habitual. Aqueles que servem para ajudar a curar feridas e traumas dos meninos que esfolam joelhos, batem com as testas em esquinas alheias ou apanham uma estalada mais forte do coleguinha do lado. O meu gelo é desses, desses com funções terapeuticas. O meu gelo anda a fazer-me lindamente, a absorver o trauma e a calá-lo. O meu gelo faz-me jogar para trás das costas e respirar calmamente. E o meu gelo há-de guiar-me ao esquecimento, porque é nesse gelo que enterro todos os que por aqui passaram.

No more catapum pás pás

A minha secretária está igual às secretárias dos funcionários das repartições de finanças ou dos digníssimos funcionários dos tribunais. Mal me mexo entre papéis, já detesto cada uma das folhinhas outrora brancas e imaculadas, actualmente mais f****** que as meninas e os meninos de certos lugares de Lisboa...

A minha cabeça está arrumada. Motivo de grande satisfação, pois claro! Não a vía assim há mais de um ano. E, como sempre, a arrumação caiu-me aos trambolhões lá de cima e aterrou-me no cérebro com a destreza com que eu habitualmente estaciono o meu veículo ligeiro de passageiros em lugares paralelos aos passeios! Fase boa, portanto. Fase a manter.

Voltemos às papeletas que, não tarda, meto-me na alheta.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Buenas noches 2009

Este ano não comi passas. Quebrei uma tradição de anos, tradição que me levou vezes sem conta praticamente ao vómito, por detestar aqueles pequenos montículos esponjosos e castanhos. Mas comi-a-as e acreditava que cada desejo se concretizaria. Na verdade, lembro-me de apenas um ano em que os 12 quase foram satisfeitos... De resto, não me lembro de mais nada, portanto as taxas de insucesso devem ser assustadoras!

Agora pensa comigo... Conheces alguém medianamente atraente. Estás numa fase em que isso é coisa que não pode ser desperdiçada! Estás de coração partido, precisas de alegrar as vistas. Até as alegras. Até gostas do toque... Ok, minimamente. Não é O toque, mas é um toquinho relativamente agradável. Começas a entusiasmar-te a pensar que estás viva, que afinal há esperança, que tudo vai correr bem, quando, de repente, a criatura abre a boca e agride a gramática e o léxico como um profissional de boxe. MEDO!!! MUITO MEDO!!! Sentes-te defraudada, só te apetece humilhar a besta, mandá-lo de volta aos bancos da primária, obrigá-lo a decorar o bê-á-bá pra homens básicos. Tornas-te má, quase cruel... Ele diz que és cruel (não, não meteste não sei quem no bordel...) e tu sentes-te culpada, porque, de facto, o foste. Mas senhoreeeeeeees, haverá algo pior do que este cenário? Não, porque para a coisa conseguir ser levada com desportivismo, a criatura teria que ser extraordinariamente bela, porque tu já beijaste em tempos idos e remotos o homem mais feio da festa e não queres repetir a dose com um que acumula a função de burro. Amiga e caridosa sim, santa não.

Quando acordei em 2009, achei que era igual a ter acordado em 2008. Quando me deitei também. Já passaram 4 dias desde que tudo aconteceu e a mim parece-me tudo igualzinho. Era suposto ter acontecido alguma coisa... Ou será só marketing? Acho que sou eu. E marketing tambem. Mas mais eu que ando a vêr tudo em linha recta. Ou quase tudo. Há ali 3 ou 4 coisas que me fazem olhar de lado para não ser muito óbvia. E também ainda não me decidi.

Ambições para 2009:
  • will see