quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Infância na esperança

A montanha russa volta, enche-me o corpo que delira numa vertigem descontrolada. Respiro fundo e tento acalmar os sentidos mas a cabeça não o deixa e continuo a embarcar na viagem que só terá fim quando alguém enterrar um sinal de stop sem dó. Quero, quero quase com tanta vontade quanto queria um gelado em pequenina e pedinchava: Ohhh mãe, vá lá.... Eu querooooooo... É isso, quero como se quer um capricho. Mas quero sabendo que é muito mais que um capricho, sabendo que pdoerá ser alguma coisa, nem que seja uma roda viva. Que seja o que for, será melhor do que o nada que era.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vvvvvvvvvoooouuuuuuuu

O verbo ir vai levar-me até Alcântara. Têm sido dias bons, muito bons. Dias de reconhecimento, de recuperação, dias de ganhos. Dias de luta, dias de vitória. Parabéns a mim porque consegui. Parabéns a ela, porque ajudou à execução. Portas abertas e escancaradas para novos desafios. Sou mais e serei melhor, serei a relação pública do verde com o que os olhos veem.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sol

A sensação que agora tenho, é que andei demasiados dias a rodar sobre mim mesma tipo espiral e que isso me dava a ilusão de movimento. Movimento que não levava a nenhum lado, a não ser à profundidade do buraco que a pressão e a força giratória dos meus pés faziam. Mas que isso só acontecia contigo, porque no resto, dava pulinhos ou até mesmo saltos em comprimento.
Há coisas assim, cliques que acontecem, trambolhões que repetimos de olhos vendados e orelhas tapadas. Somos como somos e devemos tentar nunca nos magoar. Somos como somos, os nossos maiores amigos, os nossos mais implacáveis inimigos. Somos como somos. Em constante mudança, alguns, eu.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Va va vum moment

Há muitos anos que não me acontecia chorar tanto num filme como na sexta feira passada, enquanto vía O Estranho caso de Benjamin Button. O meu amigo disse-me que achava que eu me ía espapaçar entre lágrimas, pipocas e garrafa de luso. A minha vizinha da cadeira ao lado estava igual a mim, agarrada ao seu mais que tudo. A verdade é que, também eu, achei que a emoção era demasiada. O peito, a certa altura, já me dóia, o rímel estava mais diluído que guache em água, a minha cabeça dividia-se entre os soluços e a falta de solução para um vexame público!!! Só rezava para que o filme amenizasse e eu me recompusesse, mas não, as cenas fortes sucediam-se e, quando eu achava que o pior tinha passado, catapum, lá vinha outro discurso daqueles que nos atingem tão certeiros quanto os sete raios que atingiram um dos personagens. Saí do cinema tristemente feliz. Feliz porque tinha acabdo de assistir a um filme que, da maneira mais simples possível, retrata uma sociedade repleta de pessoas tão insignificantes para o planeta, mas tão importantes para o seu mundo. Feliz porque tinha visto, sentido, lido, uma história de amor que é igual à minha, à tua, à de quem seja, porque o amor, quando é A-M-O-R, é vivido da mesma forma, com abnegação, entrega, lealdade. Porque vi um filme sobre algumas pessoas boas, outras menos boas, mas onde a essência simples do ser humano é encontrada em detalhes.
Porque em cada frame me afastei da realidade que tenho presenciado e me aproximei daquela que quero para mim.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Despejar sentimentos, não é coisa que eu faça impunemente.

Há gelo lá fora. Muito mais acima, no Norte, nas Terras Altas, onde os que caminham na rua são muito mais fortes do que eu. São aqueles que caminham passo a passo, sem solfagem nem ar condicionado, que calçam 3 pares de meias, 2 camisolas interiores por baixo de não sei quantas camisolas e casacos. Eu não, eu sou uma menina de Lisboa, habituada a andar com o rabo sentado no belo estofo do seu carro, habituada a camisolinhas de malha fina e calças de ganga que tão bem modelam as pernas. Camisolas interiores não sei o que são há vinte anos. São quentes, mas desadequadas. Agora compra-se aqueles "básicos" na Zara, Mango, Massimo Dutti e outros espanhóis que tais e está feito. Qual termoteb qual quê.

Há gelo lá fora. E aqui dentro também. A minha racionalidade, de vez em qdo, parece-me assemelhar-se a blocos duros, quadrados e inalteráveis. Aqueles que estão acondicionados em couvettes e têm uma função própria, diferente da habitual. Aqueles que servem para ajudar a curar feridas e traumas dos meninos que esfolam joelhos, batem com as testas em esquinas alheias ou apanham uma estalada mais forte do coleguinha do lado. O meu gelo é desses, desses com funções terapeuticas. O meu gelo anda a fazer-me lindamente, a absorver o trauma e a calá-lo. O meu gelo faz-me jogar para trás das costas e respirar calmamente. E o meu gelo há-de guiar-me ao esquecimento, porque é nesse gelo que enterro todos os que por aqui passaram.

No more catapum pás pás

A minha secretária está igual às secretárias dos funcionários das repartições de finanças ou dos digníssimos funcionários dos tribunais. Mal me mexo entre papéis, já detesto cada uma das folhinhas outrora brancas e imaculadas, actualmente mais f****** que as meninas e os meninos de certos lugares de Lisboa...

A minha cabeça está arrumada. Motivo de grande satisfação, pois claro! Não a vía assim há mais de um ano. E, como sempre, a arrumação caiu-me aos trambolhões lá de cima e aterrou-me no cérebro com a destreza com que eu habitualmente estaciono o meu veículo ligeiro de passageiros em lugares paralelos aos passeios! Fase boa, portanto. Fase a manter.

Voltemos às papeletas que, não tarda, meto-me na alheta.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Buenas noches 2009

Este ano não comi passas. Quebrei uma tradição de anos, tradição que me levou vezes sem conta praticamente ao vómito, por detestar aqueles pequenos montículos esponjosos e castanhos. Mas comi-a-as e acreditava que cada desejo se concretizaria. Na verdade, lembro-me de apenas um ano em que os 12 quase foram satisfeitos... De resto, não me lembro de mais nada, portanto as taxas de insucesso devem ser assustadoras!

Agora pensa comigo... Conheces alguém medianamente atraente. Estás numa fase em que isso é coisa que não pode ser desperdiçada! Estás de coração partido, precisas de alegrar as vistas. Até as alegras. Até gostas do toque... Ok, minimamente. Não é O toque, mas é um toquinho relativamente agradável. Começas a entusiasmar-te a pensar que estás viva, que afinal há esperança, que tudo vai correr bem, quando, de repente, a criatura abre a boca e agride a gramática e o léxico como um profissional de boxe. MEDO!!! MUITO MEDO!!! Sentes-te defraudada, só te apetece humilhar a besta, mandá-lo de volta aos bancos da primária, obrigá-lo a decorar o bê-á-bá pra homens básicos. Tornas-te má, quase cruel... Ele diz que és cruel (não, não meteste não sei quem no bordel...) e tu sentes-te culpada, porque, de facto, o foste. Mas senhoreeeeeeees, haverá algo pior do que este cenário? Não, porque para a coisa conseguir ser levada com desportivismo, a criatura teria que ser extraordinariamente bela, porque tu já beijaste em tempos idos e remotos o homem mais feio da festa e não queres repetir a dose com um que acumula a função de burro. Amiga e caridosa sim, santa não.

Quando acordei em 2009, achei que era igual a ter acordado em 2008. Quando me deitei também. Já passaram 4 dias desde que tudo aconteceu e a mim parece-me tudo igualzinho. Era suposto ter acontecido alguma coisa... Ou será só marketing? Acho que sou eu. E marketing tambem. Mas mais eu que ando a vêr tudo em linha recta. Ou quase tudo. Há ali 3 ou 4 coisas que me fazem olhar de lado para não ser muito óbvia. E também ainda não me decidi.

Ambições para 2009:
  • will see