segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Respostas

A maior parte das pessoas que conheço, é totalmente descrente naquilo a que se chama "a mudança do ser humano". Eu sou daquelas que, ao contrário, acredita que todos temos essa capacidade e que, a maioria das vezes, a mudança nem é auto imposta, mas extra imposta, se é q essa expressão existe... Quero dizer com isto que acredito que as nossas vivências nos fazem mudar ideias, convicções, desejos, vontades. Que nisso resultam alterações aos nossos comportamentos e que é disso q a vida é feita, de imensos afluentes que vão transformando o nosso rio num mar de experiências.

Tudo isto para explicar que hoje me apercebi de outra mudança em mim. Sempre preferi pessoas complexas a pessoas "simples". Achava que era destas cabecinhas cheias de curvas e contracurvas que vinham as maiores emoções e as sensações mais deliciosas. Já não penso assim. Já não tenho pachorra. Já mudei. Mudei.

Acredito agora que a simplicidade é beleza rara. Acredito que estou longe de a ter. Que a minha cabeça também navega por mares já muito navegados e que a embarcação deve aportar em aguas mais calmas, mais sábias.

Fartei-me, cansei-me de gente que não sabe o q quer, pq se reveza entre mil ofertas. Fartei-me de jogatinas emocionais, onde não se brinca com dinheiro, mas com referencias.
Fartei-me.
E estou feliz por ter ganho esta percepção. Esta convicção. Ter aberto esta porta. Ter fechado outras tantas janelas para que não se faça mais corrente de ar.

Optei por mim.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

I have a dream!

Chateia-me aquelas pessoas que nunca vivem o hoje. Que passam a vida a dizer que adoraram não sei o quê, ou adorariam não sei o que mais. Que bom, bom, era estarem ali ou, melhor ainda, tinha sido estarem acolá, com não sei quem.

Irrita-me andar assim há muitos, demasiados dias. Respirar fundo de cada vez que pego no carro e faço 5 kilometros para aqui chegar. Sentir que estou a perder imenso tempo com nada. Que as doenças ganham-se assim e que ando, por imposição, a cultivar, certamente, alguma.

Não quero. Não quero. Quero sim, voltar ao que era, cheia de ideias, expectativas, ambições e permitir-me a pensar que um dia será melhor, porque um dia será como eu quero.

Incoerências da nossa existência que nos ensinam diariamente a não cuspirmos para o ar. E eu, eu estou afogada em saliva.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Craaa craaaa


Quando se chega aos 30 anos, uma das maiores preocupações dos nossos interlocutores é se estamos arranjadas… Arranjadas, isto é, acasaladas ou para acasalar com alguém. Hoje em dia, tb encontramos aqueles que apostam que já passámos por todo esse processo e já desacasalámos. Importante, importante é não sermos mulheres encalhadas. Uiiii que medo, encalhada nunca. Para tia, jamais!!! É pq só pode ter defeito… Ou é feia, gorda e, por isso, fora do alvo do imaginário masculino, ou tem problemas de afectos, ou porque ainda não ultrapassou uma qualquer relação passada, Talvez seja promíscua e não consiga acentar. Só pode. Nunca a culpa poderá ser da extrema selecção, do escrutínio exaustivo e muito menos da quantidade exacerbada de idiotas que se passeiam pelas nossas vidas “Ai, mas se é assim tão espertinha, pq é q permitiu a entrada a esses idiotas e mtas vezes, bar aberto a semana toda? Naaaa, afinal a gaja não tem dois neurónios. É uma carentona, já trintona!”.

O mulherio anda doido, acreditem. Nunca me lembro, em toda a minha curta existência, de ter assistido a tamanha perseguição aos homens. Nunca me lembro de as ver tão preocupadas com quem eles namoram e desnamoram, nunca me lembro de as ouvir fazer planos a médio prazo, isto é, quando ele acabar com ela, estarei cá eu prontinha para o consolar. Afinal eu é q sou a especial e ela, aquela com quem ele dorme agora e por quem manifestou tudo aquilo que eu quis para mim, não passa de uma mera diversão. Nãooooo, eu é que sou a tal. Afinal, ele está é enganado. Erro de casting e, como vivemos num mundo muito justo, não tarda nada ele farta-se dela (nunca são elas que se fartam deles, dos nossos homens) e acorda para a feliz realidade de que eu sou aquela por quem ele sonha acordado.

Abomino esta realidade. Já o escrevi antes. Abomino que nos devoremos umas às outras em função daquilo q acreditamos ser obviamente nosso. Abomino quem não respeita os seus iguais. Abomino quem passa por cima da amiga, da colega, da desconhecida, para conquistar algo que nem sequer conhece assim tão bem. Não consigo respeitar quem, num primeiro olhar, chama a si os desígnios dos outros, colocando-se na fila da frente, mãozinha no ar, expectante activa da chamada de ordem.

É nesses dias que entendo perfeitamente por que a maioria dos homens não respeita as mulheres. Somos as primeiras a fazê-lo. Shame on us. Ridículas.