segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Craaa craaaa


Quando se chega aos 30 anos, uma das maiores preocupações dos nossos interlocutores é se estamos arranjadas… Arranjadas, isto é, acasaladas ou para acasalar com alguém. Hoje em dia, tb encontramos aqueles que apostam que já passámos por todo esse processo e já desacasalámos. Importante, importante é não sermos mulheres encalhadas. Uiiii que medo, encalhada nunca. Para tia, jamais!!! É pq só pode ter defeito… Ou é feia, gorda e, por isso, fora do alvo do imaginário masculino, ou tem problemas de afectos, ou porque ainda não ultrapassou uma qualquer relação passada, Talvez seja promíscua e não consiga acentar. Só pode. Nunca a culpa poderá ser da extrema selecção, do escrutínio exaustivo e muito menos da quantidade exacerbada de idiotas que se passeiam pelas nossas vidas “Ai, mas se é assim tão espertinha, pq é q permitiu a entrada a esses idiotas e mtas vezes, bar aberto a semana toda? Naaaa, afinal a gaja não tem dois neurónios. É uma carentona, já trintona!”.

O mulherio anda doido, acreditem. Nunca me lembro, em toda a minha curta existência, de ter assistido a tamanha perseguição aos homens. Nunca me lembro de as ver tão preocupadas com quem eles namoram e desnamoram, nunca me lembro de as ouvir fazer planos a médio prazo, isto é, quando ele acabar com ela, estarei cá eu prontinha para o consolar. Afinal eu é q sou a especial e ela, aquela com quem ele dorme agora e por quem manifestou tudo aquilo que eu quis para mim, não passa de uma mera diversão. Nãooooo, eu é que sou a tal. Afinal, ele está é enganado. Erro de casting e, como vivemos num mundo muito justo, não tarda nada ele farta-se dela (nunca são elas que se fartam deles, dos nossos homens) e acorda para a feliz realidade de que eu sou aquela por quem ele sonha acordado.

Abomino esta realidade. Já o escrevi antes. Abomino que nos devoremos umas às outras em função daquilo q acreditamos ser obviamente nosso. Abomino quem não respeita os seus iguais. Abomino quem passa por cima da amiga, da colega, da desconhecida, para conquistar algo que nem sequer conhece assim tão bem. Não consigo respeitar quem, num primeiro olhar, chama a si os desígnios dos outros, colocando-se na fila da frente, mãozinha no ar, expectante activa da chamada de ordem.

É nesses dias que entendo perfeitamente por que a maioria dos homens não respeita as mulheres. Somos as primeiras a fazê-lo. Shame on us. Ridículas.

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