domingo, 18 de janeiro de 2009

Va va vum moment

Há muitos anos que não me acontecia chorar tanto num filme como na sexta feira passada, enquanto vía O Estranho caso de Benjamin Button. O meu amigo disse-me que achava que eu me ía espapaçar entre lágrimas, pipocas e garrafa de luso. A minha vizinha da cadeira ao lado estava igual a mim, agarrada ao seu mais que tudo. A verdade é que, também eu, achei que a emoção era demasiada. O peito, a certa altura, já me dóia, o rímel estava mais diluído que guache em água, a minha cabeça dividia-se entre os soluços e a falta de solução para um vexame público!!! Só rezava para que o filme amenizasse e eu me recompusesse, mas não, as cenas fortes sucediam-se e, quando eu achava que o pior tinha passado, catapum, lá vinha outro discurso daqueles que nos atingem tão certeiros quanto os sete raios que atingiram um dos personagens. Saí do cinema tristemente feliz. Feliz porque tinha acabdo de assistir a um filme que, da maneira mais simples possível, retrata uma sociedade repleta de pessoas tão insignificantes para o planeta, mas tão importantes para o seu mundo. Feliz porque tinha visto, sentido, lido, uma história de amor que é igual à minha, à tua, à de quem seja, porque o amor, quando é A-M-O-R, é vivido da mesma forma, com abnegação, entrega, lealdade. Porque vi um filme sobre algumas pessoas boas, outras menos boas, mas onde a essência simples do ser humano é encontrada em detalhes.
Porque em cada frame me afastei da realidade que tenho presenciado e me aproximei daquela que quero para mim.

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