sexta-feira, 7 de março de 2008

São Tomé


Fizeste-me sem mesmo saberes, deixar a alma aí, na tua ilha. A esta hora já tinhamos jantado por cima da praia, já estávamos no bar a morrermos debaixo daquele calor mais que abusadoramente húmido. Corpos moles e transpirados a beber martini e gin tonico, tudo sem gelo claro, que não se sabe se é feito com água da torneira. E depois íamos mergulhar na piscina que está mais quente que o ar que respiramos e nos faz ainda suar mais. Acabávamos a noite a sentir o poder do Aloe Vera, que não sabes, mas salvou-me a pele...
Estou aqui sentada e lembro-me que ontem te tinha dito que quando me afastei no barco não tive vontade de chorar. Que a terra que não é tua, mas que adoptaste como sendo, não me tinha entrado no corpo. Ontem era verdade e hoje já não é. Tenho mesmo muitas saudades de ver aquele pôr do sol, de sentir aquela humidade, de passar horas a fio dentro daquele mar tão salgado e quente, de rir com o sr. Manuel, dos macacos da Maria, das tuas mãos... Gosto muito da vida que me proporcionaste conhecer.

E sinto falta de tudo.
For Peter
2005, depois de São Tomé

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